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(O1) ✦ Pyxis; _ Scriv

O documento apresenta uma introdução de uma história fictícia escrita por um autor que se dirige aos leitores com um tom informal e amigável. O autor estabelece regras e avisos sobre o conteúdo da narrativa, que pode incluir temas pesados, e expressa seu desejo de interação com os leitores. O primeiro capítulo introduz os personagens principais, Jimin e Jungkook, em um cenário noturno onde Jimin reflete sobre suas emoções e se depara com Jungkook, criando uma conexão inesperada.

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 ÓRION :: JIKOOK 12/05/2023

@yulle 

(O1) ✦ Pyxis;
671 15.774 114 23 min

OI, MEUS NENÊS GOSTOSOS COM CHEIRO DE TALCO!


COMO VOCÊS ESTÃO?
Juro que parei de usar caixa alta a partir de agora, kk, mas é que eu fiquei empolgada, já que tô com muita
saudade de Órion e imagino que algumas pessoas também. :(
Antes de postar a história, eu gostaria de deixar alguns avisos aqui, ok? Alguns leitores são velhos de guerra no
Yulleverso e já conhecem meus avisos, mas, para os que não conhecem, se atente aqui, nenê:
ㅤㅤ

O1: A história é de minha autoria e não aceito adaptações de nenhum tipo;


O2: A história poderá conter cenas de sexo explícito, álcool e drogas, abuso psicológico, violência física e
verbal, palavras de baixo calão, quadros de depressão, ansiedade, além de especificações de partes que
contenham sangue, procedimentos médicos e etc;
O3: Essa história é totalmente fictícia, não tendo nenhuma ligação com a realidade, apenas a realidade da
minha imaginação mesmo;
O4: Diferente da falecida plataforma onde Orion estava, essa aqui conta apenas com um comentário por
capítulo e ele é muito importante para mim. Quem puder comentar nos capítulos (é mais fácil aqui, pq é só um
comentário kk) e votar sempre que ler, terá minha eterna gratidão! E para os leitores novos: eu amo ler as
reações de vocês, então fiquem à vontade para me falarem o que sentiram enquanto estavam lendo, kk.
O5: Meu user no twitter/instagram é @yulleby, caso queiram conversar comigo e, se quiserem falar sobre a
história, a hashtag dela é #EstrelaDeFumaça!
O6: Sem comentários sobre "quem é top ou quem é bottom" por aqui, ok? Stan de posição sexual não é bem
vindo no Yulleverso.
O7: A maioria de vocês é um amor, meus anjinhos, meus bebês e eu tenho muito mais a agradecer do que
reclamar, mas gostaria de pedir que mantenham o respeito, ok? Sem xingar desnecessariamente os
personagens, sem ofender os colegas, sem me ofender, por favor, kk. Vamos manter um local de paz e
harmonia, porque de caos já basta a vida (e a história KKK).
PS: Se precisar dar uma xingada nos personagens pode xingar, eu sei como é sentir raiva de personagem, só
não vamos exagerar no discurso de ódio, porque as vezes as coisas passam do limite...
O8: Se virem qualquer erro ou tiverem qualquer dúvida, podem me chamar no Instagram ou no Twitter. Caso
alguma coisa ofenda vocês de alguma forma, venham conversar comigo que eu aceito alterar e aprender com
vocês. Estou em constante fase de evolução e desconstrução e não nasci sabendo nada. Ainda não sei nada!!!
O9: Para os confusos com as cidades novas: Astra é Seul. Caelum é Coreia de Sul. Yulleverso é o Planeta
Terra e Deus é amor, amém.
ㅤㅤ

Recados dados?
Agora vamos para a história e eu espero que vocês gostem do desenvolvimento, dos personagens, do começo,
meio e fim. *-*
Para quem já é Yullessauro (kkkk), agradeço de coração pela honra de você estar lendo isso aqui mais uma vez.
Obrigada por estar comigo até agora.
Um mega beijão e boa leitura!
ㅤㅤ

CAPÍTULO 1
Pyxis
ㅤㅤ

ㅤㅤ
JIMIN
ㅤㅤ

Distrito de Astra, Caelum


07 de Novembro de 2019

Há imensidão de céu o suficiente para todo ser humano existente neste planeta.
Que nem o mar, infinitamente menor, mas com tantos segredos guardados na sua profundidade quanto. O
problema é que sempre fui egoísta e achava que esse mesmo céu pertencia só a mim. Bobeira, não é? Mas
meu “eu-não-evoluído” não conseguia evitar se sentir daquela forma.
Afinal, eu não era assim com mais nada ou ninguém. Mas o que estava no céu…
Cada nuvem, cada estrela, cada pedaço de corpo celeste que se movia no universo e tudo que meus olhos
podiam captar eram meus, só meus, e me sentia estranhamente incomodado sempre que alguém admirava a
Lua ao meu lado.
É, meus amigos, ciúmes da Lua...
Era estupidamente ciumento com aquele satélite natural, como uma criança que não suporta dividir seu
brinquedo favorito, mas esses eram fatos idiotas que eu nunca externava para ninguém. Já me bastava ser um
estranho recluso, não precisava que as pessoas também soubessem que eu era um lunático com ciúme do
céu.
E que babava por ele sempre que tinha um tempinho sobrando.
Eu olhava para a imensidão do meu céu, admirando o Cinturão de Órion, que estava especialmente brilhante
naquela noite, assim como a constelação por inteiro, deitado com a cabeça diretamente na grama fria e sem
corte recente, ainda salpicada por algumas gotas de orvalho da chuva que aconteceu no dia anterior.
Encontrava-me daquele jeito enquanto ouvia o som da música próxima, vinda das tendas de show naquela
noite.
O Distrito de Astra, capital do país Caelum onde nasci e cresci, era conhecido por seus eventos infindáveis,
seus polos gastronômicos, concertos musicais e suas aglomerações no geral, que arrecadavam dinheiro para o
governo, usando e abusando da cultura em qualquer vertente que fosse possível fazê-la.
E aquela era mais uma noite em que pessoas deixavam suas casas para aproveitarem tudo que nosso querido
— às vezes não tão querido assim — distrito oferecia.
Sim, eu havia sido convidado para um show, mas simplesmente desapareci na multidão, rezando para que
ninguém desse falta da minha presença. A verdade é que a grama úmida e o céu noturno chamavam muito
mais a minha atenção do que pessoas bêbadas, ou semi-bêbadas, esbravejando e batendo suas cabeças para
frente e para trás como se estivessem tendo uma convulsão ao som de alguma coisa gritada que eles juravam
que era música, mas que eu tinha minhas dúvidas.
Nunca entendi como alguns corpos tinham resistência o suficiente para balançar a nuca por tanto tempo sem
que as cabeças se desprendessem e saíssem rolando pelo chão.
Tudo bem, um médico residente como eu sabia perfeitamente das ligações e tendões muito fortes na região
do pescoço, mas podia jurar que estava por um fio de ver uma cabeça se soltando e quicando festival adentro.
Como estava de folga, sangue era a última coisa com a qual eu queria lidar naquele momento.
Não demorou até que encontrasse o primeiro canto isolado — e limpo — em que pudesse me deitar e olhar
para o céu, sem cabeças roladoras ou gritos guturais excessivos de pessoas que pareciam querer colocar
algum demônio para fora.
Ali éramos apenas eu e minhas constelações…
O vento batia forte no meu corpo e minha cabeça ao chão acabava por misturar meu cabelo à grama, fazendo
com que o cheiro gostoso da terra úmida inundasse minhas narinas.
Todos aqueles aromas, misturados à visão do céu, me causavam sensações inebriantes e diferentes. Eu já não
era capaz de dizer há quanto tempo estava ali deitado, distraído nas minhas estrelas. Mas algo me fez
despertar do meu transe interestelar, como se me arrancasse da minha roupa de astronauta e me tirasse do
espaço.
Eu estava, novamente, jogado na realidade de merda com aquele barulho infernal de longe e não mais
somente sentindo apenas o cheiro do orvalho puro e da terra úmida. Naquela hora, uma névoa quente e
aromatizada se aproximava de mim, como se fizesse um carinho sádico nas minhas narinas que ardiam muito
levemente com a fumaça.
O cheiro do cigarro caro pairava no ar entorpecendo minha mente como se me teletransportasse para uma
das tabacarias de luxo que eu costumava frequentar no centro do distrito, com o dinheiro da mesada que
minha mãe me dava escondido na época da faculdade.
E eu, sustentando um vício dispendioso, usava o dinheiro só para fumar, já que o cigarro, unido a dança, era
uma das poucas coisas que aliviava minha realidade por vezes cruel e dolorosa.
Mas eu era um residente de medicina, então…
Não dava mais para fumar, não é?
Então, felizmente consegui quebrar esse ciclo. Havia parado de consumir nicotina há pouco mais de 5 meses,
quando iniciei minha residência no hospital e estava indo bem até aquela noite, quando senti algo dentro de
mim implorar para colocar aquele cigarro na boca e encher meus pulmões daquele veneno.
Qual não foi minha reação desesperada, senão erguer levemente meu corpo e procurar o dono daquele
cigarro que devia estar próximo demais.
Arrastei meus braços pela grama até conseguir firmar meus cotovelos no chão e, antes que virasse o rosto
para alcançar o fumante, uma voz soou grave e baixa, me pegando de surpresa:
— A fumaça está incomodando você?
Caramba...
Um cara alto, de corpo torneado por calças pretas rasgadas que revelavam o início de suas coxas malhadas e
uma regata igualmente preta, estava em pé, a poucos metros de mim, fumando seu cigarro contra o vento
sem vergonha que vinha diretamente em minha direção.
Sua pele era pálida, já seu cabelo, escuro. Castanho, talvez. Usava um corte levemente raspado na lateral, mas
com uma franja longa na frente, que estava suada, colada e desgrenhada na sua testa, jogada suavemente
para o lado.
Tinha muito charme, apesar da bagunça de fios.
Provavelmente estava pulando e aproveitando o show de rock recente, de alguma banda que acabara de se
apresentar e, muito provavelmente também era uma das pessoas que iriam perder a cabeça naquele ritual
frenético de dizer "sim" com a testa, toda vez que as baquetas da bateria explodiam nos pratos e bumbos.
Ele tinha músculos marcados nos braços. Não demais para parecer um fisiculturista e nem de menos para que
passassem despercebidos. Eram apenas bem desenhados, pelo menos os que eu conseguia ver, pois o
esquerdo era completamente fechado por tatuagens que iam do seu ombro e clavícula até o pulso, findados
num círculo perfeito na região do punho.
O outro braço não tinha tatuagens, mas em contraste com o outro lado do corpo, ele tinha um punhal enfiado
numa grande flor vermelha em estilo old school, que adornava um pouco mais da metade do seu pescoço
grosso, quase rodeando-o.
Desleixadamente, havia um moletom com mangas grandes e largas amarrado em seu quadril e coturnos,
folgados e mal amarrados, que me faziam questionar como ainda estavam presos aos seus pés. Nem mesmo
pude perceber o exato momento em que me esqueci que havia um céu e que eu o estava admirando
segundos atrás.
Patético. Perdi a concentração rápido demais...
— Não, eu... — disse por fim, depois de longos segundos de análise, tentando recobrar meu juízo e tirar meus
olhos do rasgo hipnotizante daquela calça — … eu gosto desse cheiro. É um Treasurer? — Chutei a marca do
cigarro que costumava ser meu favorito.
Porque eu não podia gostar do cigarro vagabundo, não, eu tinha que gostar desse maldito que custava minhas
córneas!
Foi sutil, mas, entre meus devaneios sobre gostar do mais caro, percebi a surpresa em seu olhar quando
chutei a marca consumida por ele.
Voltando a postura totalmente amena, o cara continuava segurando o cigarro com o polegar e o indicador,
tragando o veneno devagar, depois soltando lentamente a fumaça pela boca. Fazia tudo isso com o cuidado de
virar o rosto para o outro lado, a fim de que a fumaça não viesse para a minha cara. O que não ajudava muito,
já que o vento desgraçado trazia tudo de volta para mim.
— Você gosta? — ele perguntou depois de assentir em confirmação a minha pergunta, voltando a tragar mais
uma vez como uma chaminé engolindo lenha sem parar.
Por Deus, nem eu costumava fumar daquele jeito.
Ele certamente era alguns anos mais novo do que eu, mas, se não parasse de fumar daquela forma, iria ficar
com os pulmões feito pedras de carvão em pouco tempo. Porém, o que era mais pecaminoso? Minha vontade
de fumar da mesma forma, como se minha vida dependesse daquilo, ou a secada descarada que dava nele
toda vez que se distraía com aquele pequeno bilhete direto para o inferno em sua boca?
Era uma secada descarada meio inconsciente, sabe? Dessas quando você fica tão hipnotizado por alguém que
quase baba.
— É meu favorito, pena que custa um rim — confessei sem perceber o riso, leve e natural, que se formava em
meus lábios com aquele desabafo melancólico.
Eu havia parado de fumar por saúde, para ser exemplo na minha área e por, no final dos anos, não querer ter
a tristeza de constatar que poderia ter comprado uma vaca leiteira com o dinheiro que teria gasto apenas em
cigarros. Haviam outras prioridades.
— Quer um? — sua voz soava neutra e baixa quando ele se aproximou de mim, tirando o maço de cigarros do
bolso traseiro e sacando um deles, antes mesmo de ouvir minha resposta.
— Eu parei há um tempo, mas... foda-se. É um Treasurer. — Balancei a cabeça em negação ao meu próprio
fracasso, não sendo capaz de resistir àquele charuto das trevas.
Uma sensação estranha me balançava o estômago e eu já não sabia se estava aceitando o cigarro por conta da
saudade à nicotina ou porque era ele quem estava oferecendo. Sentia uma emoção repentina quando homens
tatuados chegavam perto de mim.
Uma especialidade de Park Jimin.
Quando ergui a mão para pegar um cigarro do maço, ele se sentou ao meu lado, fazendo com que a fileira de
cigarros desse um pequeno salto dentro da cartela. Provavelmente o mesmo salto que o meu coração deu, por
conta da aproximação abrupta e sem nenhum aviso.
Ele era calado, tinha uma postura apática, mal parecia gostar de seres humanos, mas não tinha problema
algum com aproximações e aquilo me deixava estranhamente receptivo às suas ações. A confiança que ele
exalava em todas as suas atitudes era natural, tanto que eu não o repelia de imediato — até porque ele estava
apenas me oferecendo cigarros e parecia só querer uma companhia para fumar.
— Park Jimin, prazer — soltei do nada.
Como eu era um bananão.
Arrependi-me da minha pressa em soltar meu nome em seguida, como se tivesse a imensa necessidade de me
apresentar antes que nós desfrutássemos daquele momento entregue a fumaça. É que eu não estava
acostumado a dividir cigarros com desconhecidos. Era íntimo demais para que ele não soubesse nem meu
nome.
O rockeiro riu, provavelmente achando graça da minha falta de tato, revelando um sorriso bonito que
desenhava seu rosto, antes sério, com linhas ainda mais bonitas, caso isso fosse possível. Por um momento eu
não me senti mais tão bananão assim...
— Ok, Park Jimin... — falava ainda sorrindo, soltando o ar pelas narinas que denunciavam que ele estava
segurando uma risada ainda maior.
Devia estar louco para rir da minha cara.
— Eu sou Jeon Jungkook. — Então levou o cigarro aos lábios, dando uma longa e silenciosa tragada. — E o que
Park Jimin estava fazendo deitado na grama, no meio do nada?
Soltou a fumaça com a mesma lentidão.
Então ele tinha habilidades sociais, não é mesmo? Sabia até iniciar uma conversa.
— Eu deveria estar lá, no meio do show, mas tinha gente demais e eu acho que só consigo aguentar
aglomeração por 15 minutos... — disse, tentando acender meu cigarro com dificuldade, tremendo os dedos e
sentindo uma adrenalina ridícula de quem ia, enfim, matar a abstinência do vício. Mas a pior adrenalina foi a
que senti com o que veio em seguida.
Jungkook se aproximou sem hesitação para poder me ajudar, segurando minhas mãos com firmeza,
auxiliando-me a girar a roda do isqueiro próximo à minha boca, com o dorso do seu indicador dobrado
encostando sutilmente no meu queixo enquanto segurava o objeto. Ali percebi que se sua intenção era me
fazer tremer menos, foi extremamente falho.
Seus dedos eram gelados e ásperos, como alguém que trabalhava usando as mãos. E ali, tão próximo a mim,
consegui sentir seu cheiro tão acentuado de café forte misturado com o tabaco.
Meu interior se revirava com o perfume singular que vinha dele e cada vez mais eu me arrependia de estar
numa área escura e destacada, porque nunca fui o melhor cara do mundo quando o assunto era autocontrole.
Se ele pedisse qualquer coisa… não teria Jimin para negar.
O observei de perto, ainda me ajudando a acender o cigarro, enquanto o seu se mantinha aceso e preso de
forma folgada, quase caindo pelos seus lábios largos e vermelhos.
Ele não tinha medo de avançar em espaços pessoais e muito menos receio de me tocar, mesmo que apenas
nas mãos, mas talvez todos esses motivos misturados a todos os aromas que ele exalava me deixassem com
tanta vontade de beijá-lo ali, naquele momento.
Impulsividade causada por tesão repentino eram traços muito marcantes da minha personalidade, mas o
choque que ele causava em mim, quando me tocava para acender meu cigarro, era incomum e estranho,
então eu travava uma luta interna para impedir qualquer tipo de ação impensada. Todo esse desejo súbito não
era normal, não podia ser…
Jimin… se preserve.
Antes que essa vontade tomasse conta do meu corpo descontrolado e inquieto, ele acendeu meu cigarro e se
distanciou, deitando devagar na grama e olhando para o céu, exatamente da forma como eu estava momentos
antes.
— Agora entendo porque você estava aqui, é bem bonito... — falou, enquanto percebia seus olhos no mesmo
ponto que os meus há segundos atrás, perdidos na imensidão do universo, contemplando todas as estrelas
que sua visão pudesse alcançar. Então percebi que não estava com ciúmes do céu…
Eu só conseguia olhar para ele e para aqueles olhos escuros que brilhavam, refletindo o reflexo das luzes
acima.
— Você devia voltar para cá, Park Jimin… — disse meu nome em tom de quase deboche — ...odiaria atrapalhar
sua apreciação ao céu. — Finalizou com um sorriso lateral sutil, apontando com os olhos para o lugar em que
eu estava deitado antes, depois voltou a olhar para cima.
Céus, que tipo de convite era aquele?
Não sei, mas aceitei.
Seus braços subiram, cruzando-se na parte de trás de sua cabeça, ele se ajeitou na grama, acomodando-se
sobre seus membros superiores, deixando o tecido de sua blusa se esticar e moldar um peitoral bem mais
desenhado do que notei à primeira vista.
Deitei-me ao seu lado, mantendo segura distância enquanto levava o cigarro aos lábios pela segunda vez, mas
dessa vez me permiti tragar, lenta e suavemente, enquanto observava o teto de estrelas acima de mim. O
efeito relaxante da nicotina inundava meu corpo aos poucos em sintonia com o paladar aveludado que o
tabaco caro oferecia à minha língua.
— Você conhece todas? — a pergunta soou no meio do nosso silêncio e fumaça.
— Todas o que? As estrelas? — minha voz saiu calma, muito diferente do meu interior.
Virando o rosto em direção ao seu, pude vê-lo confirmando minha pergunta.
Foi inevitável que não soltasse uma risada baixa.
— Nem se eu vivesse mil vidas conseguiria contar todas as estrelas… — Levei o cigarro mais uma vez aos lábios
enquanto ele continuava fumando o seu próprio.
— E as constelações, conhece todas? — perguntou enquanto eu soltava a fumaça devagar.
— Sim, mas às vezes esqueço o nome de algumas. E acho que sei reconhecer a metade delas…
— Então você é bom, porra… — O tatuado riu baixo, tragando mais uma vez — …eu só sei o nome de uma
estrela e é o Sol.
Eu acabei gargalhando com o seu comentário.
— Eu gosto um pouco. — confessei.
Mas, na verdade, “um pouco” significava “absolutamente obcecado”. Ele riu baixo e, por alguns segundos,
permaneceu em silêncio. Parecia analisar o céu da forma como eu fazia antes. Parecia tentar achar alguma
coisa.
— É, não dá, não conheço porra nenhuma mesmo. — Ele deu de ombros — Tem alguma em cima da gente
agora?
— Alguma constelação? — perguntei contendo o riso.
Ele afirmou novamente.
— Tem sim…
Eu levantei o dedo e apontei na direção do cinturão brilhoso que chamava minha atenção em todas as noites
que aparecia.
— Órion, mas a primeira coisa que você reconhece é o cinturão. Essas são… — Apontei na direção das estrelas.
— Alnitak, Alnilam e Mintaka…
Ele não segurou a risada que atrapalhou até sua tragada do cigarro.
— Me ataca? — dizia entre risadas abafadas.
Não sabia se aquilo era uma cantada ou ele tirando uma com a minha cara.
— Mintaka. — o corrigi e queria parecer sério, mas não consegui.
O cara era gostoso e meio idiota também, mas conseguiu me fazer rir fácil demais. Então ele tragou
lentamente, soltou a fumaça branca e espessa e, de forma engraçada, o vento a tornou estranhamente
pontuda.
— Olha… uma estrela de fumaça. — ele comentou, achando graça como se fosse uma criança.
Estranhamente tatuado e com cara de bandido perigoso, mas também fofo e duvidosamente engraçado?
Golpe. Tinha o cheiro do golpe.
Estaria querendo cair em tal golpe? Claro que não, eu era um sujeito racional que não ficava afim de estranhos
em menos de vinte minutos de conversa.
Não era?
Por alguns momentos nada foi dito, mas o conforto e paz daquele silêncio me eram estranhos, tão estranhos
que começou a ser justamente desconfortável, pois eu não conseguia parar de pensar no que fazia aquele cara
ser tão tranquilo quanto à presença de um desconhecido.
Ou porque até eu estava tão tranquilo quanto à presença de um desconhecido.
Ele terminou seu cigarro, respirando fundo como se uma bigorna invisível estivesse em cima do seu corpo,
porém, continuou ali, olhando as estrelas sem fazer nenhum outro movimento intenso demais, além da
respiração que subia e descia seu peitoral.
Desde quando a respiração de alguém passou a ser bonita daquela forma?
Eu devia estar com algum problema...
Minha primeira reação foi querer levantar e sair correndo, por não saber exatamente como reagir a aquele
silêncio cortado apenas pelas músicas próximas dali, ao mesmo tempo que a presença dele não me passava
nenhum traço de perigo ou alerta.
Ele parecia mesmo querer apenas aquilo: contemplar o céu em paz.
Ou fugir de alguma realidade conturbada.
Antes que eu pudesse tentar imergi-lo em qualquer um dos meus assuntos tediosos sobre o céu e outras
constelações que tínhamos, seu celular tocou. Eu não sabia se estava exatamente aliviado pelo imenso iceberg
que se quebrava entre nós naquele momento ou incomodado por alguém tê-lo desconectado daquele
pequeno transe que compartilhávamos.
Era, definitivamente, a segunda opção.
Quem eu queria enganar?
Ele atendeu o celular, colocando no viva-voz para que eu pudesse ouvir também, e me perguntei que tipo de
ser humano louco fazia isso na presença de alguém que acabara de conhecer.
As vozes do outro lado soavam bêbadas, exageradas e pareciam pertencer a três ou quatro pessoas que
falavam ao mesmo tempo. Mas uma voz em particular soou séria, firme e nervosa.
— Pivete! Cadê você, seu animal? — Ouvi o timbre grave, meio ameaçador e masculino praticamente gritar do
outro lado da ligação. — Nós precisamos ir embora! Agora!
Ele parecia dois ou três anos mais novo que eu, mas ainda sim, velho demais para levar bronca de outra
pessoa. Como quem se arrepende de ter feito algo, Jungkook rapidamente colocou o celular no fone interno e
levou o aparelho à orelha, fazendo-o tilintar com o choque abrupto do vidro em encontro aos brincos que
usava.
— Estou indo, Seojoon... — falou, seco e irritado, desligando o aparelho segundos antes de se levantar com
rapidez e destreza, como se fosse um acrobata treinado.
A irritabilidade ficou toda direcionada ao aparelho, pois, antes de ir embora, ele olhou para mim, sorrindo de
forma gentil e despreocupada, como eu ainda não sabia que ele poderia sorrir, e me entregou o maço de
cigarros caros pela metade.
— Fica pra você, vou te poupar de vender um rim.
— O que? — ri, meio nervoso — Não, não posso aceitar. Metade desse maço vale o meu almoço de três dias —
disse erguendo levemente meu corpo até estar sentado novamente, balançando a cabeça em negação ao
presente inusitado.
Continuava rindo incrédulo, com o visível desprendimento material que ele tinha. Aquilo também era fofo.
— Eu tenho bem mais de onde veio esse, pode ficar — ele insistiu, ainda estendendo o maço na minha direção
com um tom de voz firme demais que eu certamente não iria conseguir dobrar.
Envergonhado, porém receptivo, ergui minhas mãos ao encontro das suas, tocando seus dedos ásperos e
grossos uma última vez ao aceitar o maço de suas mãos e sussurrar um "Obrigado" quase inaudível, mas que
tive certeza de ser ouvido quando ele alargou um pouco mais aquele mesmo sorriso charmoso em resposta.
— A gente se vê por aí, Park Jimin! — falou, me dando as costas, andando na direção contrária a minha.
O estranho, que descobri se chamar Jeon Jungkook, levou o braço coberto por tatuagens até a cabeça e ajeitou
o cabelo suado para trás, enquanto se distanciava cada vez mais de mim.
Mas apesar da sua fala a gente não se viu.
Nem no dia seguinte, nem na semana seguinte ou nos meses que se seguiram.
A lembrança daquela noite estranha e do cara com a adaga no pescoço foi ficando para trás, tal como seu
maço pela metade no fundo de uma das gavetas do meu armário, intocado e com os exatos onze cigarros que
ainda restavam na fileira.
Fumar e falar com estranhos no meio do nada, com toda aquela intimidade e quase no escuro, tinha sido um
erro que não deveria se repetir. Eu deveria ter mais cuidado com esse tipo de situação como sempre tive.
Mas eu não consegui me desfazer dos cigarros...
ㅤㅤ

ㅤㅤ

Espero que tenham gostado do primeiro cap e caso queiram saber mais sobre a aparência dos personagens
da fanfic, sigam o perfil no Instagram: @yulleverso. Diferente do meu IG pessoal, mais focado para
publicações originais, lá eu posto muitas coisas como imagens das fanfics e etc, ok?
Beijão e, mais uma vez, obrigada por lerem!
Amoocês, 711 mil beijos!
#ESTRELADEFUMAÇA


Próximo capítulo
(O2) ✦ Canis Minor;

Licença 
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Yulle
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Oi, meu nome é Yulle e seja muito bem-vinde ao Yulleverso. Espero que goste da estadia por aqui, onde todas as histórias estão
interligadas, cheias de protagonismo LGBTQIAP+ e o sofrimento é certo, mas a alegria também. Eu prometo. ✨

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Comentários
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Não lia ela desde 1° vez que vc veio pra cá , li uns cap e depois passei 10 meses sem Cel 😭😭 ,vamos atualizar melhor fic que já lir
🥰😍😍🥰😍🥰

Gesiane Souza Mateus 03.04.2025

Mds não acredito que finalmente achei essa de novo. Tava morrendo de saudades dessa fic, com certeza é uma das minhas
preferidas da vida e está no meu top 3, tava que nem doida atrás dela, fiquei triste abeca quando vi que ela não estava mais lá na
outra plataforma, mas felizmente achei ela aqui, autora muito obrigada por isso, finalmente vou matar a saudades dos jikooks de
Orion 😭🤡 eu

Marina Duda 28.03.2025

Depois de um ano, vim matar a saudade de ler Orion, uma das melhores fanfics que já li. Está no meu tópico 3.

Liamara 05.01.2025

Lindos 😻 que saudade dos meus bebês 💓

Suelma 28.12.2024

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